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SARR Series 2024: Diferenças entre a competição e o Sertões

Atualizado: 21 de nov.

A principal diferença é entre o SARR e o Sertões é terreno, totalmente diferentes. Na competição argentina, realizada nas províncias de San Juan e La Rioja, o percurso tem muita areia, muito rio seco e locais com características de deserto. Podemos comparar com o Sertões apenas a etapa do Jalapão, onde o que predomina é areia. O SARR é um misto de pedras, dunas e areia.


Outra grande diferença é o estilo de navegação. No SARR existem cidades e lugares por onde passamos que chamamos de pista, de certa forma, parecidas como no Sertões, e outros ralis de diversos lugares do do Brasil. São caminhos, onde o percurso é quase que totalmente estradas de fazenda.


Porém, em determinados momentos do percurso não tem pista, ou seja, não há nada que signifique ou indique um caminho, uma estrada e sendo assim os competidores navegam orientados pela bússola, a quem chamam de CAP. Embora seja um pouco diferente, o método é extremamente seguro e não tem como errar o caminho.


Outro fato a considerar no SARR é quanto ao que está na planilha utilizada pelo navegador. Comparada com a planilha do Sertões, no SARR ela é muito mais aberta, solta, pelo fato que o número de obstáculos é muito maior e nem sempre é possível inserir, pois se assim fosse ficaria gigante, impraticável. Nesse caso, cabe redobrar a atenção e ir no visual.


Nos ralis do Brasil também acontece isso, mas em escala bem menor, afinal, em nenhuma competição é possível colocar tudo. No Sertões a precisão é bem maior, e no SARR é comum passar por obstáculos que não estão na planilha, pelo fato que é muita referência, muita coisa no percurso.


E é essa diferença e características de terreno que determinam a forma de navegação. Se é solto, aberto, os organizadores oferecem a opção de vários caminhos. Nesse caso, o navegador vai ao CAP e busca unir “este traçado com aquele” para assim chegar em uma pista que permita a dupla andar bem.


É possível mudar de uma planilha para outra, e pode-se fazer um traçado totalmente diferente. mesmo com um começo, um ponto de partida, cabe aos competidores escolher o melhor caminho, orientados pelo CAP.


No Sertões isso também é possível, mas não muito. Não tem como passar por dentro de uma fazenda, de um pasto ou dentro de um sítio com limitações como cercas. Já no SARR não existem cercas ou obstáculos desta natureza, é tudo muito livre.


Em muitos momentos há a alternância entre estrada – ou pista – e deserto, areia, pedras. É grande a diferença de terreno ou piso de acordo com o avanço e a região se passa durante a competição.


NOMENCLATURAS


No SARR cada dia de competição, ou etapas, é dividido em Special Stages, ou SS e conforme o tamanho do percurso, podem ser até três. Cada SS é como se fosse um dia de Rali no Sertões: têm começo, meio e fim, tudo cronometrado.


Entre uma SS e outra há a liberdade de fazer o que quiser, como por exemplo mexer no carro, fazer algum ajuste ou mudar qualquer coisa que for preciso. No Brasil até existe isso, só que é tudo dentro do mesmo dia, cronometrado e não é permitido mexer no carro, é tudo em ritmo de competição. Esse modelo da SARR é muito parecido com os ralis internacionais e comumente os competidores usam nomenclaturas em Inglês. No Sertões já estão levando prática, o que pode ser considerado ideal como preparação e aquisição de experiência para competições internacionais.


Em alguns casos usa-se um pouco de nomenclaturas pinçadas do idioma Francês, até porque o Dakar é francês e muita coisa se criou lá. Ainda é comum ocorrer uma “misturada” com idioma de cada país onde ocorrem as competições. No SARR o idioma mais utilizado é o Espanhol e a nomenclatura Internacional, que é referência no mundo inteiro.


BRIEFING


Diariamente, ao final de cada etapa é realizado um Briefing, que é uma reunião entre a direção de prova e competidores. Trata-se de um momento onde se faz uma avaliação e se preciso for, uma revisão dos pontos importantes daquela etapa. Aborda-se ainda o que é preciso passar aos pilotos e navegadores, detalhes sobre o dia seguinte ou os próximos. Informações como mais atenção em determinado local ou situação da prova, se alguma parte do percurso foi cortada de última hora e demais avisos que são importantes para o bom andamento e a segurança dos competidores. Também é informado como será a divisão das etapas, as Special Stages (SS).


ESTUDO DA PROVA


O SARR possui características dos mais importantes ralis do mundo. Os competidores sabem desta semelhança, se preparam antes e durante a prova e mantém elevada conectividade entre si utilizando ferramentas de navegação e orientação, como o CAP.


O diálogo entre navegador e piloto é constante e embora cada um tenha sua função na prova com foco em seu trabalho, quando o navegador informa a direção é importante que o piloto esteja atento quanto ao caminho a seguir. Tem pistas que oferecem condições boas, porém subitamente podem se tornar difíceis e ficar sem referências, e se os dois estiverem atentos, principalmente no CAP (bússola), facilita o trabalho.


No SARR, se comparado ao Sertões, a pegada é diferente, com uma velocidade menor, limitada a 130 quilômetros por hora. Mas existem várias situações de dificuldade, os famosos “peguinhas”, uma espécie de “caça ao tesouro” e isso faz com que os competidores tenham que prestar muita atenção ao caminho. Há situações em que param o carro pela necessidade de identificar onde estão e qual o melhor caminho e a melhor maneira de seguir em frente. Parar nem sempre é o ideal, mas pode acontecer, para que piloto e navegador troquem impressões e definam conjuntamente as melhores ações para encontrar o caminho coreto e imprimir um ritmo, que proporcione encontrar a velocidade ideal, para evitar perda de tempo.


Fundamental que dentro do carro pratiquem uma mesma linguagem, tenham uma mesma forma de se expressar. Dessa forma a compreensão é imediata e fica mais fácil superar as adversidades da prova.

Confira algumas fotos da edição 2024 do Rally Dos Sertões:



E as primeiras do SARR SERIES FIM LA 2024:



A Fifi Rally Team conta com o patrocínio de Rafatella Investimentos, BCJ, Andbank e Asarock, além do apoio da Happy Capital, CBDI, Fralle, Dub Boyz, DSX e Gasomix.



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